Rolim de Moura - RO, 17 de Novembro de 2025

Falta de saneamento básico afeta a vida do porto-velhense

Rondônia Dinâmica entrevistou moradores da Capital de Rondônia a fim de saber como a questão dificulta a vida das pessoas. Sociedade clama por ação do poder público.

Fonte: Rondônia Dinâmica / Informações e fotos: Gregory Rodriguez - Em UTILIDADE PÚBLICA - 30/08/2016 21:42:01

Falta de saneamento básico afeta a vida do porto-velhense

 

Porto Velho, RO – Em março deste ano o jornal Estadão destacou: Porto Velho é a segunda pior cidade do País no quesito saneamento básico. A situação apresentada pelo noticioso nacional foi corroborada por um estudo recente apresentado pelo Instituto Trata Brasil, também publicado pelo jornal eletrônico Rondônia Dinâmica.


Esgoto a céu aberto na Av. Rogério Weber

Leia em

(19/03/2016)  
Estadão destaca: Porto Velho é a segunda pior cidade em saneamento básico do País

(15/08/2016)  Estudo escancara precariedade de Rondônia no setor de saneamento básico

O assunto é pauta de estreia da seção ‘Reivindicação Semanal’, que será publicada todo sábado, ocasião em que a reportagem percorrerá a Capital ouvindo os cidadãos acerca de suas maiores aflições do que diz respeito à inércia do poder público. O espaço está aberto às autoridades para manifestações posteriores diante dos panoramas expostos através do e-mail da redação: [email protected].


Lixo acumulado pelas valas

Não é preciso trafegar por zonas periféricas para encontrar pontos escancarados onde a falta de saneamento básico afeta a vida dos munícipes.

Na região central, principalmente na Av. Rogério Weber, trecho que reúne muitos dos principais prédios públicos da cidade, entre eles o Fórum Eleitoral, Receita Federal e até mesmo o Terminal de Integração, o esgoto a céu aberto impregna os ares do perímetro, causando prejuízos a moradores, vendedores e até mesmo os transeuntes que passam por ali apenas por necessidade.


Peixeiro diz que não aguenta mais o odor

Fábio Marques, peixeiro, trabalha próximo ao Tribunal Regional Eleitoral (TER/RO) e diz que o odor é o principal problema.

“Aqui é complicado por causa do mau cheiro. Fazer o quê? Tem de trabalhar. Não me sinto mal porque estou acostumado. Rapaz, condições têm de melhorar, mas ninguém trabalha [poder público]. Só quando chega tempo de política, aí  dão uma arrumadinha de vez em quando. Prefeitura sempre limpa o córrego aqui, mas a sujeira volta. Tem muito lixo e, quando vem a chuva, piora ainda mais. A feira do final de semana agrava o problema. Gostaria que [os gestores] ajudassem a melhorar”, desabafou.


Prefeitura trabalha pouco, diz armador

Já o armador Jackson bastos, do Bairro Baixa da União, informou:


“Rapaz, [a situação] é ruim. Aqui é uma área de esgoto a céu aberto. O cheiro bate forte por todos os cantos, não tem jeito. Sem contar os bichos, urubus comendo carniça por todo o canto. O pessoal também joga lixo na rua e animais mortos. Já a feira não afeta em nada porque o pessoal da prefeitura limpa depois. Olha..., a pessoa fica doente aqui se ficar andando por aí, ainda mais se descer por essas valas, não tem jeito. Dão uma limpadinha aí, mas nem parece que foi limpo. Passam as máquinas, mas não melhora nada. Tem de encanar, aí ficaria bacana”, relatou.


Vigilante atura situação há mais de sete anos

Jorge Alves, que trabalha como vigilante na Corte Eleitoral há mais de sete anos, já sofreu muito com a situação.

“Rapaz... para nós que trabalhamos aqui, eu mesmo trabalho há sete anos no TRE e o odor é muito forte. Dia de feira, aos domingos, eles mesmos, os feirantes, deixam os alimentos podres por aí. Incomoda esse cheiro. É isso, tem esse córrego que passa aqui, muitas vezes causa incômodo. Seria bom se os administradores olhassem para esse lugar aqui que é precário. Gostaria que as autoridades fizessem algo pelo nosso povo sofrido. Não é só aqui no centro, mas falta saneamento nos bairros. Época de política, os candidatos vêm na nossa porta, pedindo apoio, pedindo voto. Quando é para fazer algo por nós, eles nos esquecem”, asseverou.


Dona Maria Bezerra diz que morrerá sem ver melhoras

Por fim, a pensionista Maria Bezerra, também do Baixa da União, enfatizou a infestação de bichos na região por conta da falta de saneamento, além das doenças proliferadas.

 “Estou acostumada com isso porque moro aqui há muito tempo. Acho que vou morrer e não verei isso aqui arrumado nunca. Aqui é ruim no inverno, o bicho pega, porque as águas invadem. Aparece muito bicho aqui, até jacaré. Na última alagação, perigosa, acabei adoecendo.  Esperar algo do poder público, espero, mas não acredito. Só gostaria de ter meus direitos. No Brasil ninguém mais tem direito a nada. Queria sair daqui”, lamentou.

Mais imagens da região:

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